Este fim de semana assinalou um ano que a pandemia obrigou grande parte dos portugueses a confinar. Ao longo deste tempo muitos foram os comportamentos que se alteraram. O modo como nos relacionamos com as pessoas e com o trabalho, por exemplo. Mas também a relação com os espaços que habitamos: sejam casas ou cidades.
Algumas mudanças ocorreram com maior subtileza do que outras, mas a realidade é que a maneira como vivenciamos o mundo está estruturalmente diferente do que no início de 2020. Dos processos de socialização até às condições com que exercemos a nossa profissão, poucas devem ser as pessoas que podem dizer que nada mudou na sua vida.
Um ano depois, existem já alguns dados que permitem uma análise mais profunda acerca destas mudanças que ocorreram dentro e fora de nós. A Euromonitor, uma empresa global de pesquisa de mercado, elaborou um relatório que resume o novo paradigma do consumidor em 10 pontos.
Saúde e segurança são as grandes prioridades
Tornámo-nos mais exigentes no que diz respeito a padrões sanitários e a serviços que não exijam contacto físico com outras pessoas ou objetos, ou seja: aqueles em que não somos expostos a riscos desnecessários.
Abraçar a natureza e regressar ao ar livre
A necessidade de evitar grandes aglomerados e de nos voltarmos a reconectar com a natureza faz com que utilizemos cada vez mais os grandes espaços verdes exteriores para atividades recreativas e de lazer. Para além disso, muitas foram as pessoas que trocaram a azáfama das grandes cidades e se mudaram para os espaços rurais, com as novas medidas de teletrabalho a ter um peso determinante nestas decisões.
Reinvenção do espaço de trabalho
A expressão “fora do escritório” ganhou um novo significado em 2020. Os novos espaços de trabalho, que passaram frequentemente a funcionar em nossa própria casa, tiveram um grande impacto na relação com a tecnologia e nos hábitos alimentares, por exemplo. Encontrar o ponto de equilíbrio entre as prioridades profissionais e pessoais será fundamental, sobretudo porque os limites entre esses dois universos estão cada vez mais ténues devido ao crescimento da tendência de home-office.
Reconstruir melhor e maior aposta na sustentabilidade
São cada vez mais as iniciativas que apostam nesta estratégia e que orientam os seus propósitos e objetivos no tripé da sustentabilidade – pessoas, planeta e lucros.
Desejo por conveniência e o “novo normal” em formato digital
Muitas das atividades que iniciávamos de maneira espontânea têm agora de ser planeadas de acordo com outros critérios, nomeadamente as deslocações necessárias e a disponibilidade ou acesso a bens e serviços. O planeamento dessas atividades é agora feito à distância e através de meios digitais como o telemóvel ou o computador.
A Realidade (cada vez mais) Virtual
Recorremos cada vez mais a ferramentas digitais para garantir que, mesmo em casa, continuamos conectados ao mundo exterior. Para além disso, implementámos novos procedimentos para aumentar a nossa segurança no mundo real, como a adopção de sistemas de pagamento contacless.
Novas maneiras de organizar o tempo
Um dos muitos exercícios criativos que fomos obrigados a fazer foi o ajuste da nossa agenda a todas as necessidades que precisamos agora de preencher, mesmo com as limitações que nos são impostas. O tempo precisa de ser cada vez mais flexível, de maneira a que cada um de nós consiga adaptar a sua vida pessoal e profissional às novas exigências.
Reflexão obrigatória acerca da saúde mental
Com todas as alterações à nossa rotina, tornou-se essencial rever prioridades. O objetivo é conseguir uma vida mais plena e uma maior resiliência mental e emocional. Estamos cada vez mais atentos a nós e aos que nos rodeiam, na tentativa de identificar sinais de depressão ou burnout.
Planear antes de comprar
Estamos mais cautelosos e moderados. O que quer dizer que a insegurança financeira adiará as compras de alto valor e os gastos com supérfluos estão a diminuir devido às incertezas no cenário económico. A prioridade são os produtos e serviços de valor agregado e alinhados às medidas sanitárias em vigor.
Mais ativismo social e político
A batalha contra a desinformação é cada vez mais dura, com o conteúdo a chegar aos nossos ecrãs rapidamente, o desafio passa por distinguir uma informação verdadeiramente útil de um rumor infundado. A desconfiança que surge relacionada com estas questões incentivou muitos de nós a procurar ter uma postura mais crítica em relação ao universo político e às questões sociais.
Aprofundar o entendimento desta questões é igualmente útil para a nossa vida pessoal e profissional. Se há afirmação que não pode ser negada é que a pandemia nos mudou. Entender essas mudanças é estarmos preparados para o que elas representam.
Na OME, a nossa grande preocupação é encontrar exatamente aquilo de que está à procura, seja um novo espaço para viver, uma nova loja para arrendar, ou um terreno para cultivar. Por muito que a vida mude, o seu conforto é a nossa prioridade. Se precisa de mudar, fale connosco.