A necessidade aguça o engenho. Nunca o provérbio português se tornou transversal a tantas áreas da sociedade. Em Portugal verificaram-se mudanças significativas no setor da saúde, da educação e, inevitavelmente, na economia. Os tempos são de adaptação e transformação, mas sobretudo de resiliência.
Podemos, por exemplo, falar do caso de um dos nossos fornecedores – A Produtiva , negócio que nasceu em Ourém pelas mãos de João Silva muito antes desta crise e que, para além de lhe estar a sobreviver, está até em fase de crescimento tendo quadruplicado a faturação durante o surto de Coronavírus. Feito assinalado num artigo do Jornal Médio Tejo. Inicialmente dedicada à organização de eventos, a empresa passou gradualmente a apostar na produção de material publicitário. Anunciado o Estado de Emergência começaram a ser estudadas soluções para venda de barreiras de acrílico, viseiras e máscaras reutilizáveis com a produção deixada a cargo de empresas subcontratadas. Graças a esta estratégia criativa, a empresa de João Silva superou um cenário que o mesmo considera “assustador”, mas igualmente importante foi a maneira como uma empresa conseguiu “manter a economia a trabalhar” ao manter outras empresas no activo.
Transformar a incerteza em oportunidade exige criatividade e sensibilidade. Criatividade para procurar soluções fora da caixa. Sensibilidade para resolver problemas pertinentes de maneira significativamente positiva para a sociedade, mesmo que apenas a uma escala local.
Importa entender o novo normal, perceber a diferença entre os tempos que vivemos e um cenário económico relativamente estável como aquele que antecedeu à declaração da pandemia de Covid-19. Com o fecho de fronteiras e o abrandamento de produção um pouco por todo o mundo, talvez tenha chegado a altura de apostar coletivamente na revitalização da indústria nacional. Tempo de olhar para dentro e compreender que nem sempre a solução vem de fora. Este comportamento já se tem vindo a observar, com os consumidores a procurar cada vez mais produtos e serviços portugueses. Da mesma forma que o investimento é calculado de maneira mais ponderada, ou seja, numa altura de incerteza é natural que os gastos sejam mais controlados o que quer dizer que, mais do que nunca, os consumidores procuram o melhor produto ou serviço pelo preço mais justo que lhes esteja mais próximo. Compreender isso, e corresponder a esse critério, será garantidamente definidor de sucesso nos próximos tempos.
Podemos usar outro ditado para explicar parte da mensagem que queremos deixar com este artigo: “Enquanto uns choram, uns vendem lenços”. Talvez possa soar oportunista, mas com o fantasma de uma nova recessão a assombrar muitos empresários, é importante pensar em expandir horizontes e procurar novas oportunidades. Procurar preencher lacunas nas necessidades dos clientes pode passar pela oferta local de serviços indispensáveis ao dia-a-dia a preços acessíveis, como a reparação de eletrodomésticos numa altura em que a compra de novos equipamentos pode diminuir em detrimento da manutenção.
A nossa semana foi marcada pelo regresso gradual à (nova) vida normal. Voltámos ao escritório, com medidas de higiene e segurança reforçadas. E mais do que nunca, estamos preparados para o ajudar a deixar estes tempos estranhos para trás e encarar o futuro com a esperança que ele merece. Por isso mesmo deixamos este apelo aos nossos amigos, clientes, vizinhos, parceiros, colegas e familiares. Sejamos todos empreendedores, criativos, resilientes e solidários. Sejamos todos um exemplo de responsabilidade. Sejamos todos o melhor de nós.