As previsões dão conta que o setor imobiliário continuará de boa saúde no ano que agora começa, o que poderá permitir que muitos portugueses concretizem o desejo de comprar casa, apesar dos preços elevados que ainda se têm vindo a registar. Há muito que são esperadas medidas concretas que permitam à classe média entrar neste setor do mercado nomeadamente oferta habitacional longe do centro das cidades, diminuição da carga fiscal e leis mais rígidas. Fora dos grandes centros urbanos, onde os aumentos foram mais expressivos, assiste-se agora ao abrandamento da subida dos preços, resultado da evidente falta de oferta e da possível diminuição da procura.

Efetivamente, depois dos aumentos substanciais sentidos em 2019, os especialistas apontam para uma estabilização dos preços em vez da tão aguardada descida. Apesar disso, as estatísticas foram reveladoras do volume de negócios gerado pelo setor imobiliário com um valor transacionado a rondar os 24 mil milhões de euros, distribuídos pela venda de cerca de 178 mil casas, maioritariamente adquiridas por investidores estrangeiros. Segundo a consultora JLL, cerca de metade desse valor terá origem em crédito habitação que deverá manter baixas as taxas de juro, muito graças ao Banco Central Europeu, o que se irá refletir também nas taxas Euribor. Para além disso há ainda que ter em conta a descida dos spreads, alavancada pela estabilidade do setor financeiro. Somados estes três fatores, é certo que continue a ser relativamente facilitado o acesso ao crédito habitação.

Um pouco por todo o país, a requalificação do património e das zonas históricas foi alavancada pelo crescente volume de negócios no setor privado do imobiliário. Um fator que deverá ser levado em conta, numa altura que se discute a incontornável especulação gerada pela inflação de valores dos imóveis. A revitalização do setor da construção é também uma das consequências positivas do novo fulgor do ramo imobiliário, onde o aumento da competitividade poderá ajudar a reajustar os valores praticados à realidade portuguesa.

Mais difícil de garantir poderá ser o equilíbrio necessário entre o direito à habitação e a recuperação de zonas urbanas outrora relegadas ao abandono e esquecimento, num ciclo em que a cura parece agravar a própria doença.

Entretanto já contemplados no Orçamento de Estado de 2020, aprovado já na sua generalidade, estão os agravamentos de impostos patrimoniais como o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e Imposto Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT). 

Este aumento da carga fiscal poderá contribuir para abrandar o crescimento que o mercado imobiliário vinha progressivamente a mostrar ou, no limite (ainda que muito remotamente possível), travá-lo.

Para além disto, e apesar das previsões apontarem para uma estabilização genérica dos preços e da oferta imobiliária, alguns fatores externos podem influenciar este equilíbrio. Eventos como a saída do Reino Unido da União Europeia ou a crispação da relação entre Estados Unidos e Irão. 

Se pretende comprar casa deverá começar por procurar um intermediário de crédito que o aconselhe sobre a solução que melhor se adeque para o seu caso em específico.

Para além disso, e independentemente de pretender vender ou comprar um imóvel, a melhor maneira de se resguardar destes imprevistos é mesmo trabalhar com uma consultora ou agência imobiliária, cujo conhecimento abrangente do mercado e das suas subtilezas o poderá conduzir ao negócio que pretende.

Ficamos à sua espera.